O grupo de dança Guerreiros do Passo ficará fora em 2011 do Carnaval Multicultural do Recife.
A deliberação foi tomada pelo próprio grupo e comunicada ao Gerente de Dança da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Alexandre Macedo, numa resposta à sua solicitação para a inscrição dos Guerreiros do Passo nos Pólos do carnaval 2011.
Esta determinação está relacionada com a experiência acumulada em mais de cinco anos de participação do grupo na festa patrocinada pela Prefeitura, e, segundo os diretores, nunca acrescentou absolutamente nada, pelo contrário, só deu dor de cabeça.
O período seguinte, logo depois do carnaval, é outro problema. Um martírio para o recebimento do cachê que gira em torno de R$ 600,00 e, além de serem descontados impostos, vem ser pago em parcelas lá para o mês de maio ou junho, desestimulando qualquer pensamento de participação. Uma das exigências dos organizadores dos Pólos é que os grupos devem levar no mínimo dez (10) dançarinos para as apresentações, e o valor acima mencionado, quando é dividido, chega a ser vergonhoso. Sem contar que muitas apresentações são de madrugada e não há nenhuma estrutura de transporte para os passistas, tendo o grupo que se virar para chegar ao local marcado na programação. O contrário acontece com os artistas de fora, que tem todo o translado disponibilizado, hotéis e camarins preparados. E isto vem se repetindo nesta gestão e em outras do mesmo partido, e nunca mudou.
Sabe-se que a atitude do grupo não significará nada se compararmos a dimensão e a força do Carnaval do Recife, mas, simboliza um grito, mesmo que solitário, e vem dizer do descaso e da insatisfação de uma das instituições que representam legitimamente o frevo pernambucano. Se outros fizessem o mesmo, talvez o resultado obtido no carnaval seguinte pudesse ser diferente. Lembramos que a Troça O Indecente, responsável pelos Guerreiros do Passo, encerrou este ano suas atividades por falta de apoio, depois de três carnavais sem sair às ruas.
Tem-se apenas uma certeza, que, segundo a Prefeitura e seus encarregados, Maria Gadú, Marina Lima, Fernanda Takai, e Ivete Sangallo, merecem mais respeito e representam mais fielmente o Carnaval Multicultural do Recife do que alguns grupos e artistas da nossa cidade.
Fazemos agora uma pergunta: Será que estes artistas estrangeiros que, alguns deles não fazem nem a abertura de uma pequena farra na sua cidade, receberão seus cachês em junho? E os valores, chegarão a ser de R$ 600,00 reais? Com a palavra os dirigentes responsáveis pela salvaguarda das nossas tradições.