NAS AULAS DOS GUERREIROS A GRANDE ESTRELA É O FREVO!

Veja algumas imagens e tire suas próprias conclusões.

UNIÃO ENTRE PASSISTAS, É POSSÍVEL?

OPINIÃO. Fala-se muito da necessidade de ver um dia a tão esperada união entre os passistas de frevo.

A FORÇA DA CAMISA AZUL

Nas aulas do Projeto Frevo na Praça, já foi possível observar que os professores dos Guerreiros do Passo, utilizam nos seus encontros semanais no bairro do Hipódromo...

MAX LEVAY REGISTRA OS GUERREIROS DO PASSO

O pernambucano Max Levay, profissional de reconhecido talento da arte da fotografia, fez um bonito registro dos Guerreiros do Passo no último mês de março. O artista produziu...

FOCO NO APRENDIZADO

Hoje em dia a busca por um melhor condicionamento na arte desenvolvida pelos famosos passistas de frevo, tem levado alguns praticantes a sair por ai pulando de aula em aula...

News - Guerreiros pretendem retornar às atividades abertas ao público ainda este ano/ Este site vai entrar em manutenção.

Guerreiros do Passo será uma das atrações do carnaval 2018 do Homem da Meia-Noite

A participação do grupo foi anunciada na manhã dessa quinta-feira (26/10) na coletiva de imprensa realizada na sede do Clube Olindense.
Os Guerreiros do Passo continuam fazendo história na dança do frevo, e nos seus quase 13 anos de fundação recebeu a honrosa missão de fazer parte do desfile oficial do Clube de Alegoria e Crítica Homem da Meia-Noite no carnaval que se aproxima. O anúncio da participação do grupo foi feito na manhã dessa quinta-feira, 26 de OUTUBRO, na coletiva de imprensa realizada na sede da agremiação na cidade histórica de Olinda. Toda a diretoria do Homem da Meia-Noite e o seu presidente Luiz Adolpho salientou a importância do convite feito aos Guerreiros, e do compromisso do Clube em valorizar as instituições relevantes do frevo pernambucano.

Mestres do frevo com curso supletivo

OPINIÃO
Nunca devemos esmorecer na defesa daquilo que acreditamos e nem deixar que "interesses menores" desvirtuem os propósitos éticos e basilares da nossa atuação na cultura popular. Fundamentado nisso, vez ou outra volto a compartilhar um texto de minha autoria que versa sobre a intenção de alguns visionários do passo em querer transformar superficialmente meros instrutores de dança em “mestres” do frevo. Já menciono este assunto nas redes sociais há mais de cinco anos, e o tema sempre volta à tona pela intercedência dos seus maiores interessados.
Quem de fato pode ser chamado atualmente de "mestre" na cultura popular? Qual o grau de representatividade que deve conter essa expressão nos dias de hoje? Claro, hoje em dia, o negócio está tão banal que podemos apelidar qualquer pessoa de qualquer coisa e até daquilo que ela não é. Muita gente acredita e entra na onda.
Quem tem a estrutura profissional e merecedora para carregar tal denominação? Os professores de oficinas de dança? Os que têm mais 40 anos de idade? Os que dão aulas há mais de 10 anos nos seus grupos? Ou aqueles que por algum tempo subiram e desceram as ladeiras nos carnavais de Olinda e Recife? Mestre, só por isso?
Se a maestria for concedida a indivíduos de qualidades tão genéricas, não teríamos apenas um mestre em cada esquina, como relato no artigo citado anteriormente (e que está disponível aqui), mas, dezenas, centenas e até milhares. Na prática, qual grande contribuição será proporcionada ao frevo com este ato? Quem vai ganhar com isso? Ah, já sei, o negócio é ganhar, e que se dane o frevo.
Desconfio do que está por trás dessa bobagem. Na verdade, muita vaidade está em jogo. Ou quem sabe ainda, a intenção seja a de melhorar o currículo, possibilitando uma guinada nas finanças, ou até mesmo, de tornar-se uma celebridade entre os seus colegas.
Só falta agora criar o Curso Supletivo de Mestres do Frevo. Uma graduação que pode ser oferecida em tempo recorde e com pouca ou nenhuma experiencia no ramo. Vão ser fabricados mestres em grande escala como robôs montados numa indústria. O procedimento pode encurtar o caminho para ajudar a alcançar a tão sonhada visibilidade artística.
E observem que existem pessoas ambiciosas que até se aproveitam para obter status de importância apenas participando de algumas oficinas de dança, imagine agora com o CURSO SUPLETIVO DE MESTRES. Seria uma grande oportunidade pra eles.
Suspeito daqueles que forjam seus nomes em meio a tanta insignificância e carência cultural. E isso, muitas vezes, se aproveitando da opinião frágil e completamente ausente de uma comunidade artística indiferente às intenções de "inovadores" interesseiros.
E por favor, sem essa de promessa de benefícios para os passistas e da conquista de mais espaço profissional para a classe. Puro engodo.

A observância para referendar um verdadeiro mestre da cultura popular deveria ser pautada pela trajetória de resistência e luta em favor do passo, com atuações e pensamentos voltados especialmente para a valorização do ritmo, e não por interesses pessoais. Tendo o aspirante ao título, uma atuação marcada notadamente pelo talento inquestionável e pelas ações significativas na formação de passistas, discípulos, multiplicadores, na criação de técnicas, metodologias, na influência de outros profissionais e do estímulo na formação de grupos, escolas e projetos de dança durante uma vida inteira.
Alguém pode dizer: "Ahh deixa isso pra lá, dá muito trabalho fazer todas essas coisas. Hoje não é como antigamente, estamos na era digital e das celebridades vazias e instantâneas. É preciso acelerar esse processo porque o mundo está girando cada vez mais rápido e necessitamos nos destacar diante dos nossos iguais. ”
Talvez alguém possa dizer ainda: “Vamos fazer o seguinte, já que enfrentamos a relutância de alguns bobões de plantão, começaremos a chamar os nossos colegas de "mestres", e eles, retribuirão chamando-nos igualmente como tal. Com isso, veremos que em pouco tempo o povo vai acabar aceitando os novos mestres pela desesperada insistência. Quem sabe os nossos amigos da imprensa, possam também, começar a propagar a transloucada metamorfose cultural, publicando reportagens sobre o curso de SUPLETIVO DE MESTRES. Aí estaremos feitos e consagrados. E aqueles que ficaram reclamando e metendo o pau, vão permanecer nas suas vidinhas sem graça e sem sal, defendendo o passado, sem dinheiro, e exaltando apenas um Mestre maior. Enquanto isso, vamos nos beneficiar extraindo o máximo possível do título, passando por cima daqueles que não tiveram o direito da “merecida homenagem”, e cobrando um cachê mais alto pelas aulas, oficinas e apresentações. “Me diga quem vai duvidar da gente? Quem, hoje, ao se iniciar no passo sabe ou tem interesse de saber quem é, ou não, um mestre do frevo? Todo professor é um mestre certo? ” Errado!

Que prejuízo terão as legitimas representações icônicas da cultura tradicional com esse ato de nivelar por baixo o valor dos mestres populares? E volto a salientar, isso tudo acontece em detrimento àquilo que alguns mais desejam: notoriedade e dinheiro.
Eles podem até dizer também: “Somos artistas consagrados! Ministramos aulas há anos na cidade e quem é doido de contestar?! ” Quem é fulano ou ciclano para propor o contrário e querer mandar no carnaval de Pernambuco? ”

Cabe a mim questionar... E a história do frevo? A ética profissional? A identidade cultural? O Legado dos verdadeiros mestres? A Memória do povo? Tudo isso será jogado no lixo?
“Ahhh meu bem, isso é coisa ultrapassada.... De agora em diante seremos lembrados para a eternidade como os autênticos propagadores da modernidade do frevo, enquanto os defensores do passado, serão taxados como os eternos chatos e contestadores da história do ritmo. ”

Pois bem, sugiro a leitura atenta do texto “Um mestre em cada esquina” e proponho que continuemos o debate mesmo discordando do autor. Porém, não podemos aceitar a implantação de tamanha sandice e nem vamos deixar o assunto esmorecer. A luta só está começando...

Eduardo Araújo

Acesse o texto: Um mestre em cada esquina e acompanhe esta discussão desde o início.