Geraldo Silva |
Artigo
Eu
andei meio desiludido com o carnaval do Recife. Quando saía para
brincar um pouco, me deparava com um enorme trio elétrico, tocando música
fora de época de carnaval. Um som ensurdecedor. E
a gente para participar, tinha que brincar um pouco, e amargar, ou se
conformar com a situação.
A coisa estava mudando, não sei se para melhor ou para pior. Estava mudando também o nosso gosto pelo carnaval. Mas lá na frente outro grupo sem nome, seguido por uma multidão. Um carro também com muito som. Ainda mais na frente, uma desprovida troça carnavalesca com 9 músicos, tocando apenas um ou dois frevos muito conhecidos, uns mirrados fantasiados, e alguns passistas brincando sem muita empolgação. É o carnaval multicultural do Recife. O carnaval do Recife mudou, isto é consequência da evolução, dizem os técnicos.
A coisa estava mudando, não sei se para melhor ou para pior. Estava mudando também o nosso gosto pelo carnaval. Mas lá na frente outro grupo sem nome, seguido por uma multidão. Um carro também com muito som. Ainda mais na frente, uma desprovida troça carnavalesca com 9 músicos, tocando apenas um ou dois frevos muito conhecidos, uns mirrados fantasiados, e alguns passistas brincando sem muita empolgação. É o carnaval multicultural do Recife. O carnaval do Recife mudou, isto é consequência da evolução, dizem os técnicos.
Acontece que um dia, em um desfile de bairro, de uma agremiação de frevo, fundada e dirigida por mim, na Mustardinha, um amigo meu, convidou um grupo de passistas do bairro do Hipódromo para nos acompanhar. Os passistas tinham um estilo próprio. Dentre as sombrinhas coloridas, via-se um grupo com certo destaque. Vestiam-se como pessoas comuns, calças compridas, camisas, e usavam guardas chuvas. Eles faziam evoluções no frevo com passos semelhantes aos que geraram o balé dos passistas de hoje. Sem dúvidas, um movimento de resgate. Eram OS Guerreiros do Passo, tendo a frente, o Eduardo, Gil, Lucélia, Miro e mais alguns frontais que conduziam a turma.
Isto foi o ponto de partida, me aproximei dos Guerreiros. Hoje eles fazem cultura quando se apresentam, tem sempre um tema como base, não dançam por dançar, eles têm uma proposta inovadora, contam histórias, e isto me deixou muito feliz.
Onde há uma apresentação dos Guerreiros do Passo,
compareço, fico eufórico, entusiasmado, fico louco para entrar também
na brincadeira. Eles contagiam, nos provocam, nos trazem o verdadeiro
carnaval de rua do Recife.
Parabéns GUERREIROS DO PASSO, pelos 6 anos de luta pela cultura desta terra. “Nosso Ritmo é o Frevo, Nós Somos Pernambucanos”.
Geraldo Silva
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