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Em fins de 2010, começo de 2011, a Prefeitura da Cidade do Recife e a Fundação Roberto Marinho passaram o pires entre as Agremiações Carnavalescas de Pernambuco, pedindo doações para o acervo do Paço do Frevo, museu que “está em fase de implantação na cidade do Recife”.
Na correspondência, “que está sendo enviada para todas as Agremiações”, deixavam claro o interesse que tinham pelo valor que davam a história das agremiações (“informações”) e para materiais tais como “estandarte ou flabelo”, “fotos dos desfiles, dos membros que fazem parte da Agremiação, das pessoas trabalhando para fazer as roupas, os adereços, as rifas, as festas, as reuniões etc, documentos, letras de música, cópias de atas de reunião, vídeos caseiros, e carteirinhas”.
Ameaçavam excluir do projeto aquelas que “não enviarem a resposta desse (sic) questionário até o dia 5 de outubro” e prometiam, àquelas que doassem um “estandarte ou flabelo”, “uma ajuda de custo no valor de R$ 300,00 (trezentos reais) para que a Agremiação possa fazer um novo”.
Anexaram ainda um Termo a ser assinado pelo Presidente da Agremiação, pelo qual “ autorizo graciosamente”, “em caráter irrevogável e irretratável”, “utilizar as imagens, documentos e informações” e o “uso de todo o material”, “na forma descrita acima, ou seja, composição do acervo do museu, bem como sua veiculação em material de divulgação, eventualmente sublicenciadas”, “sem limitação de tempo ou de número de utilizações/exibições”.
Segundo o documento (veja abaixo), faziam parte desta empreitada, um verdadeiro assalto ao patrimônio material e imaterial das agremiações carnavalescas, “o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Empresa de Turismo de Pernambuco (EMPETUR) e do Governo do Estado de Pernambuco com o apoio do Grupo Camargo Corrêa, da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), da Votorantim, do Banco Itaú, da Globo, do Instituto do Patrimônio Artístico Nacional (IPHAN) e do Ministério da Cultura e Lei de Incentivo à Cultura”.
É isso aí!
O elo mais frágil da cadeia produtiva (“cluster”) da cultura, as Agremiações Carnavalescas, que sobrevivem a duras penas das migalhas do butim do assalto aos cofres públicos promovido diuturnamente pelos ... sendo induzidas (coagidas?) pela Prefeitura da Cidade do Recife a patrocinar um projeto das onipotentes Organizações Globo. Era só o que faltava! É pra rir ou pra chorar?
Mas... tem mais.
Em matéria publicada no dia 16.07.2012, às 16h09, sob o título “Burocracia e falta de interesse atrasam projetos culturais em Pernambuco”, o JC Online informa que, “De acordo com a Prefeitura do Recife, o município investiu RS 2,8 milhões (contrapartida) no projeto, que foram gastos com a desapropriação do prédio e com a compra de acervo, mobiliário e equipamentos. O restante dos recursos (R$ 11,7 milhões) foi bancado pelos patrocinadores.”
Já que perguntar não ofende, perguntamos à Prefeitura: Quanto (total) foi gasto com as doações (desculpem o paradoxo)? Quem (nome, CPF/CNPJ) doou o quê? Quanto (R$) foi pago pela doação?
E perguntamos a cada uma das Agremiações eventualmente contatadas: O que você doou? Quando? Quanto ganhou? Serviu pra quê?
Humberto Maia
Em fins de 2010, começo de 2011, a Prefeitura da Cidade do Recife e a Fundação Roberto Marinho passaram o pires entre as Agremiações Carnavalescas de Pernambuco, pedindo doações para o acervo do Paço do Frevo, museu que “está em fase de implantação na cidade do Recife”.
Na correspondência, “que está sendo enviada para todas as Agremiações”, deixavam claro o interesse que tinham pelo valor que davam a história das agremiações (“informações”) e para materiais tais como “estandarte ou flabelo”, “fotos dos desfiles, dos membros que fazem parte da Agremiação, das pessoas trabalhando para fazer as roupas, os adereços, as rifas, as festas, as reuniões etc, documentos, letras de música, cópias de atas de reunião, vídeos caseiros, e carteirinhas”.
Ameaçavam excluir do projeto aquelas que “não enviarem a resposta desse (sic) questionário até o dia 5 de outubro” e prometiam, àquelas que doassem um “estandarte ou flabelo”, “uma ajuda de custo no valor de R$ 300,00 (trezentos reais) para que a Agremiação possa fazer um novo”.
Anexaram ainda um Termo a ser assinado pelo Presidente da Agremiação, pelo qual “ autorizo graciosamente”, “em caráter irrevogável e irretratável”, “utilizar as imagens, documentos e informações” e o “uso de todo o material”, “na forma descrita acima, ou seja, composição do acervo do museu, bem como sua veiculação em material de divulgação, eventualmente sublicenciadas”, “sem limitação de tempo ou de número de utilizações/exibições”.
Segundo o documento (veja abaixo), faziam parte desta empreitada, um verdadeiro assalto ao patrimônio material e imaterial das agremiações carnavalescas, “o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Empresa de Turismo de Pernambuco (EMPETUR) e do Governo do Estado de Pernambuco com o apoio do Grupo Camargo Corrêa, da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), da Votorantim, do Banco Itaú, da Globo, do Instituto do Patrimônio Artístico Nacional (IPHAN) e do Ministério da Cultura e Lei de Incentivo à Cultura”.
É isso aí!
O elo mais frágil da cadeia produtiva (“cluster”) da cultura, as Agremiações Carnavalescas, que sobrevivem a duras penas das migalhas do butim do assalto aos cofres públicos promovido diuturnamente pelos ... sendo induzidas (coagidas?) pela Prefeitura da Cidade do Recife a patrocinar um projeto das onipotentes Organizações Globo. Era só o que faltava! É pra rir ou pra chorar?
Mas... tem mais.
Em matéria publicada no dia 16.07.2012, às 16h09, sob o título “Burocracia e falta de interesse atrasam projetos culturais em Pernambuco”, o JC Online informa que, “De acordo com a Prefeitura do Recife, o município investiu RS 2,8 milhões (contrapartida) no projeto, que foram gastos com a desapropriação do prédio e com a compra de acervo, mobiliário e equipamentos. O restante dos recursos (R$ 11,7 milhões) foi bancado pelos patrocinadores.”
Já que perguntar não ofende, perguntamos à Prefeitura: Quanto (total) foi gasto com as doações (desculpem o paradoxo)? Quem (nome, CPF/CNPJ) doou o quê? Quanto (R$) foi pago pela doação?
E perguntamos a cada uma das Agremiações eventualmente contatadas: O que você doou? Quando? Quanto ganhou? Serviu pra quê?
Humberto Maia
Boa noite, Humberto. Tudo bem? Sou estudante de museologia e gostaria muito de conversar com você sobre essa matéria. Você pode entrar em contato comigo pelo e-mail tatianacoelhodapaz@gmail.com? Obrigada! Aguardo teu contato.
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