NAS AULAS DOS GUERREIROS A GRANDE ESTRELA É O FREVO!

Veja algumas imagens e tire suas próprias conclusões.

UNIÃO ENTRE PASSISTAS, É POSSÍVEL?

OPINIÃO. Fala-se muito da necessidade de ver um dia a tão esperada união entre os passistas de frevo.

A FORÇA DA CAMISA AZUL

Nas aulas do Projeto Frevo na Praça, já foi possível observar que os professores dos Guerreiros do Passo, utilizam nos seus encontros semanais no bairro do Hipódromo...

MAX LEVAY REGISTRA OS GUERREIROS DO PASSO

O pernambucano Max Levay, profissional de reconhecido talento da arte da fotografia, fez um bonito registro dos Guerreiros do Passo no último mês de março. O artista produziu...

FOCO NO APRENDIZADO

Hoje em dia a busca por um melhor condicionamento na arte desenvolvida pelos famosos passistas de frevo, tem levado alguns praticantes a sair por ai pulando de aula em aula...

News - Guerreiros pretendem retornar às atividades abertas ao público ainda este ano/ Este site vai entrar em manutenção.

O enfraquecimento dos concursos carnavalescos do Recife

ARTIGO
Chegamos ao final do ano e já nos envolvemos com os assuntos do carnaval. Realmente é a nossa mais evidente vocação.
Um dos primeiros sinais é o anúncio dos concursos carnavalescos promovidos pela Prefeitura do Recife, que se inicia com as músicas e logo em seguida com os Porta-estandartes e Passistas.
O do Porta-estandarte acontece antes dos Passistas. Evento sem divulgação, sem pompa, brilho, diferentemente dos participantes, que se dedicam ao seu ofício e que aos poucos assistem impotentes a diminuição do interesse por parte do público pela sua arte. Segundo o mestre Fernando Zacarias, é cada vez mais raro ver um profissional de qualidade no carnaval, “Hoje existem muitos Carregadores de Estandartes”, apontando a falta de preparação artística dos novos concorrentes. Na minha opinião, esta realidade é causa da redução da importância dos símbolos do carnaval de rua. Alguém se lembra que o Rei Momo agora é Rei Magro?

Não muito distante desta realidade, está o Concurso de Passistas, um dos mais tradicionais da cidade, promovidos inicialmente pelos Jornais e Rádios do Recife em meados do século XX, e há vários anos e organizado pela Prefeitura do Recife. Faz tempo que esta disputa perdeu a capacidade de revelar grandes dançarinos e lançar nomes que fiquem na história do frevo. Vemos atualmente um aglomerado de bailarinos que nada mais têm da espontaneidade do verdadeiro passo pernambucano. Um espetáculo de sequências coreográficas repetitivas, que mesmo trocado o participante, parece que o primeiro ainda está se apresentando. Claro, já pudemos observar alguns lampejos de qualidade, e esses hoje estão em plena forma, ativos em grupos, solos e em companhias de relevância do país. São poucos, mas de grande nível.

Vai aqui uma sugestão. Por que não incluem itens no julgamento como: maior número de passos realizados, dificuldade de execução e inovação?

Este concurso deveria ser uma ação incentivadora da criação de novos talentos e da valorização de profissionais já lapidados pela sua experiência. Quando, por exemplo, observamos o regulamento deste ano, cremos que isso vai demorar a acontecer. Prêmios irrisórios, itens de julgamento confusos e categorias que merecem uma reflexão. Por que o PASSISTA FOLIÃO, aquele que não tem a obrigação de demonstrar uma maior habilidade com a dança do frevo, recebe um cachê superior às outras categorias, estando à frente de dançarinos que dedicam mais tempo e passam às vezes o ano todo treinando seus movimentos? É justo? E quais critérios servirão para avaliar esta categoria?

Se somarmos todos os valores dados aos primeiros colocados, percebemos que o total não chega sequer ao prêmio dado a um compositor do concurso de música. "Ah, os músicos dedicam muito estudo e esforço para aprimorar sua técnica, eles merecem maior recompensa”, dizem certos “entendidos”. Concordo, mas o que dizer de jovens que levam a vida a aprender e aperfeiçoar sua dança, participando de dois ou três grupos diferentes, estudando técnicas de aprimoramento, muitas vezes obtendo lesões pelas atividades, sem a garantia do retorno financeiro merecido? Isto não são estudo e esforço suficientes? Dança é arte menor?

Ora, faz tempo que o passista por estar ligado a cultura popular é discriminado, sendo mero acessório de adorno nas apresentações musicais, vistos muitas vezes como intrusos a invadir o espaço do frevo musical burguês. Deveriam caminhar juntos, o frevo dança e o frevo música, pois nasceram unidos pela mesma força motivacional, o carnaval. Por que são vistos por alguns como cultura distinta?

O concurso de Passistas do Recife, apesar de ser o único encontro oficial da categoria, poderia receber uma reformulação, impulsionando com isso, entre outras coisas, o anseio pelo conhecimento dos novos frevos e pela formação e profissionalização dos dançarinos.

A peleja do Concurso de Músicas Carnavalescas já conhecemos. Disputa sem muito acirro, divulgação pífia e resultado desanimador, com promessa de lançamento do CD das campeãs lá para alguns dias antes do período momesco. Talvez seja este um dos indícios da nossa música não mais fazer o devido sucesso. Ninguém sabe, ninguém escuta e como ninguém conhece, quão folião desavisado irá gostar ou perpetuá-lo às novas gerações? Resultado: um carnaval sem identidade, dependente dos lançamentos descartáveis de produtores nacionais, descomprometidos com a cultura do povo, preocupados unicamente com os ganhos, e a transformar, com o beneplácito dos dirigentes locais, uma festa de cortejos e de participação popular, em folia estática de palco. Diferentemente de antes, quando éramos referência de festejo autêntico e terra de exportação de verdadeiras obras musicais.
Os tempos mudaram, “não somos uma ilha”, como já disseram outro dia. O Recife perdeu a identidade de ser a Terra do Frevo e do Maracatu. Nos identificamos agora com o Carnaval Multicultural. Temos que receber o Brasil inteiro aqui - como se isso não bastasse durante o ano - e aceitar na abertura da festa, que os sons de tambores e gaivotas transloucadas sejam o anfitrião dos renomados artistas nacionais.
Agora me digam uma coisa, algum outro estado da federação convida artista pernambucano para fazer a abertura do seu carnaval? Seremos nós os paladinos carnavalescos mais democráticos a dar exemplo ao mundo? Nossos artistas e tradições merecem mais respeito. Foram eles que construíram lá atrás nossa fama, e podem no futuro, ampliar a reputação cultural deste valoroso chão.

Não perdi as esperanças. Por isso frequento alguns focos de resistência e compareço entusiasmado aos acertos de marcha do Bloco da Saudade e aos desfiles das agremiações acompanhadas pelas orquestras dos maestros Oséas e Lessa nas ladeiras de Olinda. 

Espero sinceramente que um dia isso mude, se não mudar, desejo que melhore. Evoé!

Eduardo Araújo

MEMÓRIA DE UM MESTRE CORRE RISCO DE DESAPARECER

ARTIGO
Um assunto recentemente vem chamando a atenção dos Guerreiros do Passo e, imagino, deva também inquietar a todos que amam a cultura pernambucana e de alguma forma querem preservá-la para a posteridade. Fui procurado há alguns dias pela viúva do famoso passista Francisco do Nascimento Filho, o nosso Nascimento do Passo, a qual me indagou sobre a possibilidade dos Guerreiros se engajarem na tentativa de salvar o acervo cultural do mestre, acervo este que está se deteriorando pelo seu inadequado acondicionamento.
Gecilandi, a ex-esposa, mostrou-se apreensiva por ver este material no estado em que se encontra, e com toda razão, está solicitando apoio para salvaguardá-lo.
Ela mencionou ainda, que logo depois do falecimento do Mestre, parte desse material foi deixado à disposição para que algumas pessoas próximas pudessem recuperá-lo - o que considerei um risco - e mesmo assim, uma grande parte ainda está necessitando de cuidados. Este acervo, registrado em fotos, troféus, figurinos e em diversas fitas VHS, inclusive, diplomas que o Mestre recebeu pelos títulos de cidadão recifense e pernambucano, corre o risco de desaparecer em pouco tempo se nada for feito, o que é um absurdo para a história e para a memória carnavalesca do nosso povo.

Sabe-se que o Mestre não foi um homem de posses, e teve, inclusive, muitas dificuldades no final de sua vida, fato que culminou numa campanha que realizamos para arrecadar donativos na época, visto o precário estado em que se encontrava. Sendo assim, sua família, igualmente, não tem condições para preservar este material, o que penso, poderá ser feito por instituições especializadas e com experiência nesse ofício.

O pessoal da Casa do Carnaval, órgão da Prefeitura do Recife, já está a par do assunto há algum tempo e nada fez, e acho que não o fará. Eles até iniciaram uma pequena limpeza em alguns objetos, mas, logo depois, pediram que os responsáveis os levassem e que procurassem uma produtora para fazer um projeto, e de alguma forma tentassem concorrer aos editais.

Revela-se aqui o descaso e a dificuldade em buscar mecanismos oficiais para preservar o legado deste artista, concorrendo com atitudes de governantes que desrespeitam e desprezam o passado do maior responsável pela divulgação da mais importante manifestação popular de Pernambuco.

Sabemos que a gestão que atualmente comanda nossa cidade preferiu há algum tempo adotar uma postura de total esquecimento da figura do Mestre Nascimento, esforçando-se em valorizar filhos de outros passistas, que estão sendo usados como organismos de desvirtuação e de uma política depreciativa contra um legitimo artista popular.

Participei do 1ª Encontro do Plano Integrado de Salvaguarda do Frevo, e na oportunidade em que foi possível mencionar o nome de Nascimento no local, a atitude foi contestada veementemente por um representante da prefeitura. Para dar um exemplo, apresentou-se uma sugestão de modificação do nome da Escola Municipal de Frevo, propondo mudar para Escola de Frevo Egídio Bezerra, o que discordei imediatamente.

Este fato a meu ver, é um pequeno exemplo do descaso com o verdadeiro idealizador da Escola, que teve uma luta intensa para a sua criação e divulgação. Egídio, este outro mestre e Rei do Passo, merece também muitas homenagens, mas, no caso da Escola de Frevo, o bom senso nos diz que seria prudente inserir o nome do Mestre Nascimento, e não de outra pessoa.

Hoje, o frevo é sinônimo de festa espetacular e de motivo de diversas análises e pesquisas. Do mesmo modo, quando assistimos os grupos e artistas que arrecadam fundos consideráveis em editais públicos para construir suas coreografias e montagens “conceituais”, nada ou pouco é feito pela lembrança do mestre. Posso afirmar com toda certeza que grande parte disso tudo que está ai, foi possível graças às ações que Nascimento empreendeu na sua vida e de sua dedicação para tirar a dança do frevo da discriminação e da impopularidade nas décadas de 70 e 80 do século XX. E o que fizeram com sua história? O que acontece na verdade, é a punição que alguns hipócritas impuseram a este artista amazonense, que fez mais do que muitos que nasceram aqui, e que além de tentar destruir sua imagem, ao contrário dele, não representam absolutamente nada para o frevo.

Nós (Guerreiros do Passo), de alguma forma estamos fazendo o possível para preservar, na prática, um dos principais legados do mestre: o seu Método de Ensino, e, embora achemos isso relevante, a preservação desses registros passou a ser agora mais uma missão que teremos que enfrentar.

Desta forma, observando a inércia dos poderes locais, iniciamos os contatos e conversas com representantes de entidades públicas federais, no intuito de agilizar os procedimentos e realizar parcerias que conduza-nos o quanto antes para a conservação deste material.

No futuro, desejamos que a história narre, através do acervo recuperado e de seus verdadeiros discípulos, a obra e a vida de uma das maiores e mais importantes expressões da dança, do frevo e da cultura popular brasileira. Salve o Mestre Nascimento do Passo!

Eduardo Araújo

Imagens do primeiro encontro do Laboratório do Passo

Veja algumas imagens do primeiro encontro do Laboratório do Passo. O trabalho é realizado no Projeto Frevo na Praça no bairro do Hipódromo, e teve início no dia 22 de outubro, fazendo parte da programação oficial do 16º Festival Internacional de Dança do Recife. A ação voltará a acontecer pela segunda vez seguida neste sábado dia 29, dentro ainda do Festival de Dança. As imagens e edição são do Mestre Júnior Pintado.

Grupo Guerreiros do Passo é convocado para mais uma apresentação no FIDR 2011

Grupo Guerreiros do Passo foi convocado para mais uma exibição no 16º Festival Internacional de Dança do Recife.

A apresentação ocorreu na noite deste domingo, dia 23, em frente do Teatro Santa Isabel. O grupo já tinha cumprido sua programação na última quinta-feira dia 20, mas, recebeu o chamado de última hora para mais uma exibição do seu comentado e prestigiado espetáculo O FREVO, trabalho que propõe mostrar os caminhos por onde o ritmo percorreu nesses mais de cem anos do seu surgimento. Motivo de vários comentários e elogios, a apresentação vem chamando a atenção do público e dos organizadores do Festival, repercutindo inclusive nos avaliadores do evento. Veja algumas imagens.

Guerreiros em frente do Teatro Sta. Isabel - 23/10/2011

HOJE ACONTECE A PRIMEIRA OFICINA DO LABORATÓRIO DO PASSO

Hoje, dia 22 de outubro, inicia as atividades do inédito Laboratório do Passo. A ação integra a programação oficial do 16º Festival Internacional de Dança do Redife. Começa às 15 horas na Praça Tertuliano Feitosa (Praça do Hipódromo), Recife. Todos podem participar.



Todas as informações sobre o Laboratório do Passo podem ser conferidas aqui.


Imagens do grupo Guerreiros do Passo no 16° Festival Internacional de Dança do Recife 2011

Nesta última quinta-feira, (dia 20) no centro do Recife, o públicou aplaudiu eufórico a exibição do Espetáculo O Frevo do grupo Guerreiros do Passo. A Praça do Diario foi ocupada por populares e artistas que puderam ver de perto a desenvoltura dos dançarinos que, mais uma vez, encantaram a todos com sua competência e qualidade. Parabéns ao Mestre Junior Pintado, Borracha, Cabral, Gil, Lucélia, Ricardo, Jorge, Salatiel e Edson Flávio. As fotos são de VAL LIMA.

Laboratório do Passo entra na programação oficial do 16° Festival Internacional de Dança do Recife

O Laboratório do Passo criado recentemente pelos Guerreiros do Passo, será lançado oficialmente no Festival Internacional de Dança.


O evento que este ano está na sua 16ª edição e presta homenagem ao multiartista Antônio Carlos Nóbrega, firma parceria com o grupo Guerreiros do Passo, incluindo na sua programação oficial, o inédito LABORATÓRIO DO PASSO, ação que pretende incentivar a prática e a salvaguarda de movimentos perdidos na história da dança do Frevo. As aulas serão abertas ao público, e visam dar suporte e capacitação aos dançarinos, passistas e profissionais que lidam o ritmo.

De 20 a 30 de outubro o evento irá trazer artistas nacionais e estrangeiros, incluindo em suas atividades, ações especiais como FIDR na Rua, Sinais de Dança, Plataforma Novos Criadores, além do FIDR Educativo com workshop gratuitos. As primeiras oficinas do Laboratório acontecerão especialmente nos dois sábados que compõem as datas do Festival: 22 e 29 de outubro.

Como dizemos em matéria anterior aqui no blog, o grupo convidará para os encontros profissionais e professores com reconhecida experiência no frevo, para proporcionar mais informações e conhecimentos aos participantes das oficinas. No primeiro dia, o projeto receberá o passista, professor de frevo, discípulo do Mestre Nascimento do Passo: Ramos Frevo. Ramos é campeoníssimo em concursos de passistas, e é considerado atualmente como o mais novo Rei do Passo.

Terminado o evento, o Laboratório voltará a acontecer pelo menos uma vez em cada mês, dentro do Projeto Frevo na Praça, promovido pelos Guerreiros do Passo no bairro do Hipódromo.

Grupo de Dança
Além dos encontros do Laboratório, os Guerreiros estarão se apresentando na abertura do Festival, dia 20 de outubro, onde exibirão seu prestigiado e metamorfoseante experimento O FREVO, num trecho da Rua Nova, no centro do Recife.

Este ano completa três ocasiões em que o Festival associa-se aos Guerreiros do Passo, possibilitando além de atividades formativas, apresentações e intervenções que contribuem para consolidar o nome do grupo na cena cultural da cidade. 

SERVIÇO:
Abertura do 16º Festival Internacional de Dança do Recife
Grupo Guerreiros do Passo - Experimento O FREVO.
Local: Praça do Diario, centro do Recife.
Data: 20 de outubro de 2011, às 17 horas.

OFICINAS DO LABORATÓRIO DO PASSO
Data: Sábados 22 e 29 de outubro de 2011, às 15 horas.
Local: Praça Tertuliano Feitosa, S/N, no bairro do Hipódromo - Recife.

GUERREIROS LANÇAM O LABORATÓRIO DO PASSO

Visando reforçar o conteúdo disponibilizado aos participantes das oficinas realizadas no Projeto Frevo na Praça, os Guerreiros do Passo criam o LABORATÓRIO DO PASSO.
A preocupação em manter a tradição, e criar mecanismos de investigação que possibilitem a experimentação e a devida adequação de conhecimentos coreográficos perdidos na história da dança do frevo, norteou inicialmente a ideia de criação do Laboratório do Passo, que promete dar uma agitada nas instituições e escolas que mantém oficinas com aulas do ritmo.

A ação, inédita, pretende promover o resgate de alguns passos esquecidos na história do frevo, e estimular a prática de movimentos clássicos desta dança que estão praticamente extintos das ruas do Recife. Para dar um exemplo, são transcritos a seguir alguns passos ocultados pelo tempo: Urubu baleado; Cortando jaca; Escamado; Mulher carregando menino; É de bandinha, Currupio; Frango assado; Calçamento novo; Fogareiro; Mete os peitos; Galo-de-terreiro; Passo do jocotó; Passo do caranguejo; Passo do Siricongado.

Serão contemplados também movimentos que são conhecidos na atualidade, mas, praticados apenas por alguns passistas, inclusive, movimentos que fazem parte do Método criado pelo Mestre Nascimento, a exemplo: Folha seca, Enxada, Alicate, Chave de cano, Britadeira em movimento, Serrote, Tesoura em retrospecto, Ponta de pé e calcanhar em baixo, tesoura em baixo, Apertando a Porca e outras variações.

Os trabalhos não irão girar apenas em torno de passos antigos. Nas práticas, também serão abertos diálogos em torno da possibilidade da criação de passos novos, sendo isso pertinente, e se houver por parte dos profissionais envolvidos, o reconhecimento da necessidade de fazê-lo.

Aspectos intrínsecos do Método Nascimento do Passo, também serão abordados, especificamente as modalidades, famílias e variações, no intuito de aplicá-los à análise e desdobramento dos movimentos antigos e atuais, e suas possibilidades de releituras corporais.

Além do auxílio dos próprios profissionais dos Guerreiros, serão convidados professores e outros dançarinos com reconhecida experiência no frevo, para assessorar na tarefa de desvendar ou mesmo sugerir novas formas que possam facilitar o aprendizado e o repasse posterior dessas informações. Serão analisadas também, as narrativas populares de dançarinos, passistas, mestres de capoeira e foliões, gerando subsídios e contribuindo para alimentar o Laboratório.

Desta forma, o Guerreiros do Passo visa estimular a busca, a percepção e o estabelecimento de um espaço para criações, exames, testes, descobertas, novidades e treinamentos que englobem o significado real da palavra laboratório, neste caso, o Laboratório do Passo.

Por que criar o LABORATORIO DO PASSO?
Na verdade, a ideia surgiu da coordenação do grupo, que sentiu a necessidade de refletir sobre o porquê, o frevo, apesar dos muitos relatos de mais de 100 passos existentes, na prática, em espetáculos ou mesmo nas ruas, só é possível visualizar em geral 20 ou 30 desses movimentos. Ao longo dos anos, o convencionalismo de alguns profissionais, e a dificuldade gerada em torno da execução de certos passos, somando a intenção de incluir nas coreografias só os movimentos mais plasticamente atraentes, contribuíram para que fossem deixados de lado diversas piruetas, giros e saltos basilares desta dança, que hoje estão praticamente desaparecidos, especialmente no carnaval.

O que podemos esperar do LABORATORIO DO PASSO?
A finalidade do Laboratório não é rebatizar nomes ou identificar quem criou esse ou aquele passo, nem tão pouco criar método de ensino. Todo e qualquer enfoque trará o propósito da sensibilização e do encorajamento para a prática de passos não mais executados atualmente na dança do frevo, sem prejuízo ou deturpação dos que hoje existem. Serão respeitadas rigorosamente a tradição e a narração histórica das informações levantadas. Naqueles casos em que não for possível saber a denominação ou a origem do movimento, serão geradas alternativas em consenso para referenciar esse ou aquele caso em especial.

Duração e como acontecerá o Laboratório do Passo?
A intenção do grupo é tornar as oficinas permanentes, acontecendo pelo menos uma vez em cada mês, dentro das atividades do Projeto Frevo na Praça no bairro do Hipódromo. Será aberto um espaço, destinando 60 minutos para estudos, conversas, trocas, destacando experiências dos envolvidos, experimentando técnicas e informações proporcionadas por eles.

Os encontros possibilitarão a oportunidade de aproximação de passistas, foliões, carnavalescos e dançarinos dos mais diversos estilos e escolas, todos envoltos numa mesma finalidade: tirar a poeira de conhecimentos característicos da dança do frevo, salvaguardando-os não apenas em um museu, mas, no pensamento e nos pés do nosso povo.

 
Realização

Mais um livro faz referência ao grupo Guerreiros do Passo

No último dia 28 de setembro, dentro da programação do 1º Encontro de Salvaguarda do Frevo na sede do IPHAN, foi feito o lançamento do Livro “Frevo: síntese do Dossiê de Candidatura”, da autora Carmem Lélis. A obra sobre o ritmo pernambucano, é mais uma publicação que cita os Guerreiros do Passo como um dos grupos pesquisados, mencionando sua origem a partir do legado herdado do Mestre Nascimento do Passo.
Em pouco mais de seis anos de formação, o grupo acumula com este trabalho, três publicações literárias em que recebe menção sobre suas atividades. O primeiro foi o livro produzido pela Prefeitura do Recife: Frevo - 100 anos de Foliacriado para celebrar a passagem do centenário do gênero em 2007, o segundo é o da pesquisadora Valéria Vicente, Entre a ponta de pé e o calcanhar, lançado em fevereiro de 2010.
Além do texto de Carmem, esta Síntese recebeu ainda a organização de Hugo Menezes e Leilane Nascimento. A obra, como o mesmo nome diz, é um resumo de toda documentação que integrou a campanha para tornar o Frevo Patrimônio Imaterial do Brasil. A Fundação de Cultura do Recife, através da Secretaria de Cultura da cidade foram os órgãos responsáveis pela publicação.


Sobre o 1º Encontro de Salvaguarda do Frevo

Por Humberto Maia

De novo, esses mascates abusados...Tem mais é que jogá-los no mar! Mas... com o burgomestre que temos... vamos nos ferrar!
Seguinte: o IPHAN vem articulando, já faz alguns anos, um tal Plano de Salvaguarda do Frevo. Sabiam? Conheciam? Também não!
Mas era previsível: depois do reconhecimento do como Patrimônio Imaterial do Brasil (quiçá da Humanidade!), tinha-se que salvar o Frevo! De quê? De quem? Como? Quando? Onde? Quem? Segredo!
Dos alienígenas que nos espreitam do fundo do Caldeirão é que não é!
Ocorre que salvaguardar requer muito dinheiro... mas dinheiro não é problema... problema é... quem é o dono do Frevo? ... ou, dito de outra maneira, quem salvará o Frevo? Melhor ainda, quem botará a mão na “mufunfa’ do Frevo? Sacaram?
Tem de tudo, o projeto. Parece até o do Passo do Carnaval, que foi apresentado à Prefeitura em 1996/7. Até no nome: Paço do Frevo! Tirando o dinheiro, claro, que muito nos falta e neles abunda.
Tem os objetivos: resgate, restauração, promoção e preservação das tradições do Carnaval de Pernambuco.
E tem os programas: Raízes do Carnaval, Casas do Carnaval, Escolas do Carnaval, Oficinas do Carnaval, Vendas do Carnaval, Palcos do Carnaval, Rotas do Carnaval e Portos do Carnaval. Mentira! Rotas não tem... porque a EMPETUR já fez? Portos também não... por que só tem Frevo em Recife?
Voltando ao assunto...
Solerte, a Prefeitura do Recife correu na frente... e faturou! Lerda, como sempre, a de Olinda correu atrás... mas dançou! As outras... nem ouviram o galo cantar.
Mas... nem tudo está perdido!
Tudo ia nos conformes, até que, começo da semana, surgiu um boato. ONU, UNESCO, MINC, IPHAN, Prefeitura do Recife, Patrimônio Imaterial, Frevo, dinheiro... muito dinheiro....
Fuçando descobrimos que, na hora de botar na mão os primeiros caraminguás, os salvadores “sentiram” a necessidade de “legitimar” o que vinha sendo feito na surdina; por isso estavam promovendo um Seminário de Pactuação do Plano de Salvaguarda do Frevo com o objetivo, entre outros, de “escolha do comitê gestor do Plano de Salvaguarda do Frevo”. Ou seja, fazer um belo discurso, colher algumas assinaturas, tirar algumas fotos e correr para o abraço. Na pressa, pra não atrapalhar, os participantes foram escolhidos a dedo, um número reduzido, e convidados por correspondência personalizada. Haja democracia!
Convidado, o que fez o Prefeito de Olinda? Engavetou o convite... e mandou um funcionário do 2º escalão (com todo o respeito!) marcar presença, vangloriar-se do Conselho de Cultura que tem, com “pelo menos quatro segmentos ligados direta ou indiretamente ao Frevo”, usar este argumento para mendigar uma vaga no Comitê Gestor em constituição e, sorrateiramente, desaparecer, fugir do debate, sumir, escafeder-se... que me perdoem a redundância, fruto da indignação.
Pô, Prefeito... Que coisa mais feia! Se o senhor estava muito ocupado (e todos nós sabemos o trabalho que Olinda lhe dá, o Senhor mesmo disse isto outro dia!), por que não deslocou um quadro mais graduado, tipo o seu Vice-Prefeito, portando uma mensagem pessoal, enfatizando o seu apreço pela Cultura de Olinda e propugnando pelos interesses do seus concidadãos? Se a politicagem não deixa, por que a Secretária da Cultura não estava lá? Se também não merecíamos, por que não mobilizou a  sociedade, os carnavalescos, os produtores culturais, as associações de classe? Por que não mandou a turma que está bolando o Carnaval? E os empregados da Prefeitura? Chutando, sem medo de errar: mais de 50% dos presentes eram empregados da Prefeitura de Recife (direta ou indiretamente).
Por quê? A Prefeitura de Recife, anfitriã, não convidou? Convidou, claro!.. meia dúzia de gatos pingados (com todo o respeito!), só pra disfarçar (com todo o respeito!)! Do Interior do Estado, ninguém! Mas, reclamar de que.. se a Prefeitura de Olinda não foi, não convidou nem mandou ninguém?
Na hora em que defendi (contrariado!) uma quantidade maior de representantes da Prefeitura de Olinda no Comitê, igual à de Recife, a resposta que obtive foi: porquê? pra quê? cadê a Prefeitura de Olinda? você está vendo ela aqui? Calei! Está gravado e filmado!
E o Conselho de Cultura, Prefeito? Nem o Conselho de Cultura... Aquele a quem o senhor deu posse um dia desses, cheio de loas... Aquele cujo nome foi usado para pedir uma esmolinha? Que eu saiba, enquanto Conselheiro, sequer for informado! Ou foi... e também se acomodou? achou que não era com ele?... tinha mais com que se (pre)ocupar?
Se foi, merecemos mesmo o resultado: como só havia um representante (da sociedade civil!; do setor governamental, nenhum!) de Olinda na hora da votação, ficamos com apenas um representante, num Comitê de quase 30 pessoas e entidades. E sabem quem ficou com a vaga?... quem?!... Quem?!?!?! Com licença da má palavra: ela, a Prefeitura fujona! Ninguém da sociedade civil! Por falta de votos! Só ela, que não precisava de votos.... só de conchavos.
Com essa proporção e essa representação, adivinhem quem vai salvar quem... na hora de repartir os trocados... Pelo andar da carruagem, duvido não vamos assistir, na geral, babando, o Frevo bancando o Brega e outras excrescências multiculturais!
Pensando bem, o que se poderia esperar? Enquanto bloqueia de todas as formas qualquer tentativa de participação e controle social, “nossa” representante continua “arquitetando” o Carnaval no escurinho dos gabinetes, com meia-dúzia de apaniguados, amordaçados e subordinados; de costas para sociedade, o “tecido cultural” (como dizia a outra!), o Conselho de Cultura; a Câmara Municipal, a Lei do Carnaval, o Ministério Público; empurrando com a barriga; esperando o momento de enfiar na goela de todos o fato consumado: a negociação, em benefício sabe-se lá de quem, dos direitos autorais, de imagem, de arena e outros, de pobres coitados que não têm onde cair mortos, compondo, tocando, cantando, dançando, produzindo e vivendo o Frevo. E fazendo o melhor Carnaval do Mundo!
Sei não! Patrimônio Imaterial do Brasil! Sem Patrimônio Material... sem Patrimônio Humano... sem Patrimônio Político... sem Patrimônio Social... sem nada!
Aí o Ministério da Cultura diz: as agremiações têm que ser auto-suficientes! Com que recurso, cara pálida?
Aí o Ministério Público diz: as agremiações têm que fazer o isolamento acústico de suas sedes! Com que recurso, cara pálida?
É isso aí! Salve-se quem puder!
Mas, por favor, não esqueçam: pra salvaguarda de todos, domingo tem Frevo, lá em Pitombeira. Graças a Deus! ... porque só Deus salva o Carnaval de Olinda!
Até lá!
Humberto

PS: Desmascarada a malandragem da “convocação”, o Comitê Gestor foi transformado em Grupo de Trabalho, com prazo de seis meses para “legitimar” algumas despesas que já foram/estão sendo feitas e preparar/convocar uma eleição decente. É torcer para que, até lá, a gente crie vergonha e aprenda a cuidar melhor dos nossos interesses.

Bloco Lírico O BONDE recebe da Câmara Municipal do Recife comenda especial em sua homenagem

O Bloco Carnavalesco Lírico O Bonde completa 20 anos no dia 27 de setembro de 2011. Para homenagear a agremiação, que também é Ponto de Cultura, o Vereador Aerto Luna entregará no dia 29 de setembro, a maior comenda da Câmara Municipal do Recife ao presidente do bloco Cid Cavalcanti. Na ocasião, será lançado pelos Correios, o selo comemorativo dos 20 anos do Bloco O Bonde.

Local: Plenário da Casa José Mariano.
Endereço: Rua Princesa Isabel, 410, Boa Vista, Recife-PE
Data: 29 de setembro de 2011, às 10 horas.
Traje: Passeio completo